sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Meu estilo é previnir!

"Se você esbarrar com uma Sonhadora, com um Conquistador, uma Gostosa ou um ingênuo Adolescente pelos corredores da festa, procure entrar na brincadeira. Além de divertir, os personagens interpretados por atores da Sinos Cia de teatro (grupo Blumenauense) utilizam o humor para alertar jovens de 14 a 21 anos para o uso da camisinha e a prevenção às doenças sexualmente transmissíveis. Os palhaços estarão na Vila Germânica todas as semanas de quinta a sábado, das 19h às 22h30min."
A SinoS Cia de Teatro está realizando uma ação performática de prevenção à AIDS na 27°Oktoberfest. Como a própria nota diz é através de personagens tipos que interagem entre si e com o público que nós divertimos e sensibilizamos os foliões, tanto nos pavilhões quanto nos desfiles!.

O lema é: Muita diversão com a camisinha à mão!
 
 




PS: "Gente, cadê o Túlio?"

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A LINGUAGEM DO TEATRO FEITO PARA CRIANÇAS

“O teatro infantil deve ser como o teatro adulto, só que melhor.”

Constantin Stanislavski

ENTENDENDO A CRIANÇA DE HOJE

“A criança é, assim, o reflexo do que o adulto e a sociedade
querem que ela seja e temem que ela se torne.”

Charlot

A criança de hoje vivencia as mudanças que foram geradas historicamente. Para compreendermos o lugar que a infância ocupa na sociedade atual, faz-se necessário entendermos esse lugar como algo construído e reconstruído socialmente no decorrer da história. Por isso, vivemos os resultados dos movimentos sócio-políticos que marcaram a história da humanidade e da sociedade – revoluções, crises, guerras e transformações de paradigmas. A sociedade contemporânea encontra-se cada vez mais fundamentada nos ideais do capitalismo e com exigências cada vez maiores no que se refere à produção de conhecimentos, produtos e rendas. A criança, mediante a função da linguagem como elemento estruturante da personalidade e por ser a capacidade humana utilizada para a comunicação, visa, na constituição de representações sociais , à sua produção simbólica.

A linguagem, como produto de uma coletividade, reproduz através dos significados das palavras articuladas em frases os conhecimentos – falsos ou verdadeiros – e os valores associados a práticas sociais que se cristalizaram; ou seja, a linguagem reproduz uma visão de mundo, produto das relações que se desenvolveram a partir do trabalho produtivo para a sobrevivência do grupo social (LANE, 2004: 32-33).

Diante desse mundo tão aglutinador e tão exigente, a criança aprende a se ajustar e a lidar com o meio circundante. “Todo este processo de reprodução das relações sociais está baseado em como a criança ao falar constrói suas representações sociais, entendidas como uma rede de relações que ela estabelece, a partir de sua situação social, entre significados e situações [...]” (LANE, 2004: 35).

Como sujeitos sociais, constituímos nossa personalidade, a partir dos elementos que emergem do meio social em que estamos inseridos. Desta forma, as condições objetivas que encontramos em nossa sociedade, fazem com que a criança se depare submersa na era da informatização, da velocidade digital, da globalização, do capitalismo acirrado, da desigualdade social e do consumismo. É em meio a isso tudo que a criança se constitui como ser humano, com uma subjetividade singular e com valores que procedem desse coletivo.

A criança, por ser um sujeito em constante constituição de sua personalidade, internaliza no seu processo de simbolização singular, os elementos que a mídia, o social, os pais, a escola, os colegas, que fazem parte de uma rede complexa de referências, impregnam-na de vários significantes.

E neste processo de comunicação, a criança vai estruturando o seu mundo que, inicialmente, se encontra em um estado nebuloso, através de um sistema de significantes proporcionado pelos que a rodeiam, e também vai encontrando formas de se autodefinir, às custas de uma esquematização e de uma deformação inevitáveis e sempre superáveis (LANE, 2004: 36).

Deste modo, é no processo de socialização que a criança vai internalizando os significantes que constitui sua personalidade, pois o homem por ser um sujeito sócio-histórico só se realiza como tal ao entrar em contato com os elementos da cultura, apresentadas primeiramente pelos pais e secundariamente pela escola.

O entendimento do que é ser criança dentro da sociedade foi se modificando no transcorrer da história. Conforme ARIÉS apud MIRANDA (2004), a idéia de infância como entendemos hoje, aparece concomitantemente vinculado ao sentimento de família e ao desenvolvimento da educação escolar. Tais transformações decorreram da organização das relações sociais de produção concernentes à sociedade industrial. Na Idade Média e no começo dos tempos modernos, as crianças eram, evidentemente, cuidadas e resguardadas por seus pais, no seio de uma organização familiar. Entretanto, a existência da família não implicava, necessariamente, um sentimento de família que unisse emocionalmente seus membros em um mesmo núcleo, o que veio a se desenvolver lentamente a partir do século XVII, em torno do sentimento de infância.

Anteriormente à sociedade industrial, a duração da infância se restringia à tenra idade em que criança precisava dos cuidados físicos básicos para a sua sobrevivência. Assim que o desenvolvimento físico fosse garantido (mais ou menos aos sete anos de idade), a criança passava a conviver diretamente com os adultos. Com o surgimento da família moderna, no século XVIII instituída pela burguesia, a intimidade, a necessidade de privacidade, o sentimento de compromisso afetivo entre os casais e estes com seus filhos começou a ser instaurado. O capitalismo foi um dos determinantes para essa reorganização das relações sociais. E é neste ponto da história que o papel da escola ganhou força, já que a sociedade passou a entender que a criança não devia mais conviver diretamente com os adultos como meio de aprendizagem, mas sim existir um lugar especializado para tal fim. Dessa maneira, podemos afirmar que o sentimento de infância foi algo construído socialmente a partir dos elementos que os sujeitos foram extraindo da sociedade (MIRANDA, 2004).

EXISTE UM TEATRO FEITO PARA CRIANÇAS?

Assim como a representação social acerca do que é ser criança na nossa sociedade contemporânea se modificou com o transcorrer da história, o teatro também vem se adaptando às novas exigências que o nosso tempo exige. O teatro é um fenômeno antigo, datado antes mesmo das manifestações teatrais da Grécia Antiga (Tragédia e Comédia). Já nos primórdios da humanidade o homem necessitava simbolizar os acontecimentos que ocorriam à sua volta, utilizando muitas vezes o “teatro” como instrumento para tal ação. Partindo dos primórdios passando pela Antiga Grécia e aportando na atualidade, o teatro é também um instrumento que pode transformar os homens e conseqüentemente a sociedade, como desejava o teatrólogo alemão Berthold Brecht. Contudo, quando foi que o teatro, efetivamente, voltou seu olhar para o público infantil no Brasil?

Conforme nos aponta BELTRAME (2003), o teatro feito para criança no Brasil é uma atividade relativamente recente. Estudiosos indicam a montagem do espetáculo “O Casaco Encantado” de Lúcia Benedetti, no ano de 1948 no Rio de Janeiro, como um marco do início dessa prática. Entretanto, essa prática não se concentrava somente no Rio de Janeiro, mas também em outras cidades brasileiras que confirmavam a crescente produção artística realizada para o público infantil.

Outro nome que pensou e produziu teatro para crianças foi Maria Clara Machado, fundadora em 1951, da escola “O Tablado”. Essa autora produziu muitos textos, os quais foram encenados pelos alunos dessa escola. E foi a combinação entre o teatro e a educação que possibilitaram à Maria Clara Machado a experimentação de seus textos nas montagens produzidas pelo “O Tablado”, donde esses se tornaram clássicos da dramaturgia infanto-juvenil, como por exemplo: O rapto das cebolinhas (1953); A bruxinha que era boa (1954) e Pluft, o fantasminha (1955). Complementa BELTRAME (2003) que ainda nos anos 50, nomes como Júlio Gouveia, Tatiana Belinky que criaram o “TESP” em São Paulo e Olga Reverbel com o “TIPIE” em Porto Alegre, marcaram a produção do teatro voltado para criança pela importância de seus trabalhos.

É nos anos 60, e sobretudo nos anos 70, conforme nos conta BELTRAME (2003) que o Brasil começa a produzir espetáculos para crianças com mais freqüência. Neste período podemos destacar alguns trabalhos que se distinguiram pelo cuidado e apreço técnico-artístico das suas produções teatrais. MERISIO (2004) expõe que o “Grupo de Teatro Vento Forte”, desenvolveu pesquisas de uma linguagem impregnada de elementos poéticos, fortemente presentes na dramaturgia de Ilo Krugli. Corrobora BELTRAME (2003) que o espetáculo “Histórias de Lenços e Ventos”, escrito e dirigido por Krugli, tornou-se uma das referências mais importantes dessa época, pois Krugli retira o tom didático (que era uma característica muito presente na maioria dos espetáculos do gênero) e estabelece um teatro sem fronteiras etárias. Ilo Krugli:

Abandona o texto e a intensa movimentação em cena como recurso para substituir a ação dramática. Possibilita múltiplas leituras da obra em contraposição à obra fechada comum às montagens. Deixa de lado situações maniqueístas, com personagens clichezadas, esteriotipadas e apresenta um espetáculo com conflito, mas predominando o poético, por vezes o lírico. Mas é sobretudo o prazeiroso jogo do faz-de-contas presente em Histórias de Lenços e Ventos que faz deste espetáculo um trabalho que, apresentado no horário destinado ao público infantil, é antes de tudo, teatro (BELTRAME, 2003: 63).

Segundo MERISIO (2004), a partir dos feitos cênicos produzidos pelo “Grupo Vento Forte”, surge no Rio de Janeiro o “Grupo Hombu”, que dentre diferentes experimentações, monta a peça “Ou isto ou aquilo” em 1980. Esta peça foi construída baseada nas poesias de Cecília Meireles, o que elevou tal ação ao patamar emblemático de uma possibilidade que o teatro feito para crianças ainda não havia experimentado, isto a pesquisa de adaptar textos literários para a linguagem do teatro. Ainda nesta perspectiva, podemos destacar algumas experiências expressivas, por exemplo: O mistério da Feiurinha de Leonardo Simões, “Grupo Dois Pontos” no ano de 1987. Esta peça foi baseada na obra de Pedro Bandeira. Temos ainda como ponto fundamental de desenvolvimento do teatro voltado para o público infantil as adaptações de clássicos concebidos para o público adulto. Por exemplo, os trabalhos da “Companhia Dramática de Comédia”, onde João Batista adaptou textos como “Judas em sábado de aleluia” de Martins Penna e “Epaminondas” de Arthur Azevedo, respectivamente as montagens “Esconde esconde” e “E-pa-mi-non-das”. Temos ainda os trabalhos do Grupo de Célia Bispo e Roberto Dória que adaptaram “O Inspetor Geral” de Gogol e “Arlequim, o servidor de dois amos” de Goldoni.

Nos anos 90, conforme expõe MERISIO (2004) o teatro produzido e pensado para o público infantil se solidificou com o aparecimento de inúmeros grupos de teatro, os quais desenvolveram pesquisas de linguagem cênica, com a devida seriedade que o teatro para crianças merece.

Ao constatar que o fenômeno teatral pode se viabilizar à serviço do público infantil algumas discussões acerca da qualidade dos trabalhos produzidos bem como a concepção da linguagem cênica adotada pelos grupos que se propuseram a enveredar para esse caminho ganham corpo dentre os profissionais e pensadores da arte teatral.

O QUE DIZER OU NÃO DIZER NA FRENTE DAS CRIANÇAS

A pergunta que não quer calar é a seguinte: como podemos pensar em um teatro voltado para a criança dos dias de hoje? E assim sendo, o que devemos transmitir cenicamente para essas crianças?

Indagações como: onde se encontra a magia, a espontaneidade do brincar, as cantigas infantis, a inocência na infância atualmente? Onde fica a capacidade de fazer amizades, viver intensamente, valorizar coisas simples? Já que vivemos correndo, planejando, construindo, estudando, aprendendo mais e mais, trabalhando? Essas perguntas, provavelmente não são tão fáceis de serem respondidas.

O teatro pode ser um meio para se comunicar com as crianças na medida em que transmita a possibilidade de transformação da realidade como sendo algo que deve ser buscado e construído. Até mesmo por que, devemos fazer com que a criança acredite que ainda existe esperança no mundo. Segundo o autor Luis Aguiar , não devemos destituir o sentimento de esperança tão presente na criança, mesmo que a realidade não seja a melhor. Mesmo que os artistas, que estejam engajados na construção de uma obra artística – seja um espetáculo, um livro ou uma canção – não possuam esperança, mesmo assim devem transmitir esperança às crianças. É importante que o artista do teatro entenda o mundo simbólico da criança, bem como a situação da realidade em que ela está inserida e deseje mostrar com sua obra que ainda há esperança. A criança deve apreender na obra artística que depende dela para que a mudança se efetive verdadeiramente.

A criança como público alvo das peças infantis não pode ser considerada imbecil ou idiota que não entende de nada. Ela já possui um mundo de símbolos que faz com que ela se envolva com o acontecimento teatral e apreenda alguma significação daquilo que ela vê. “O desafio está em fazer com que a linguagem apresentada atinja o nível de entendimento do mundo no qual a criança se encontra” (ORTIZ, 2003: 59). O entendimento da criança difere em relação ao entendimento do adulto apenas sobre o modo de significar e internalizar os conteúdos explicitados na peça teatral. Enquanto a criança possui pouca vivência, o adulto possui um arcabouço de experiências que o legitima para compreender em nível mais complexo os temas expostos. Entretanto, apesar da insuficiência de experiências que a criança tem em relação ao adulto, ela é capaz de elaborar e internalizar os signos que o espetáculo mostra. Por exemplo, o tema amor. O amor pode ser complexo para um adulto, pois ele pode associar a vários conteúdos como fidelidade, amor ideal, ciúmes e etc. Porém, a criança também entende o que é o amor, só que de uma maneira mais simples. A criança, muitas vezes, significa o amor com o gostar ou não gostar de uma determinada pessoa. Entretanto, sabemos que o amor denota uma grande rede de significações mais complexas.

Talvez a grande diferença que separa os adultos das crianças seja o acúmulo de experiências somadas no decorrer da vida, no que se refere ao processo de desenvolvimento humano. Vivendo o homem vai relativizando sua visão de mundo, ora feito como criança ora feito como adulto, num misto de satisfação de prazeres e obrigações. Talvez os adultos possuam muitas obrigações. Talvez a única obrigação das crianças seja não perder a esperança de viver o amanhã. E os prazeres? Esses todos nós temos, independentemente da idade, em cada fase da vida possuímos formas distintas de satisfazer o prazer e ele vai se modificando na medida em que vamos se desenvolvendo e envelhecendo.

Acredito que não devemos esconder nada das crianças, mas sim tomar cuidado em como expor os conteúdos. As crianças não são estúpidas e devem ser respeitadas como sujeitos em constituição. Por isso que ao produzirmos um espetáculo voltado para crianças devemos prestar atenção ao modo único que cada criança possui de apreender o mundo. Somente assim o teatro conseguirá travar uma comunicação construtiva entre a obra e o público infantil.

A linguagem cênica será, pois, o encontro da forma adequada para dizer ou expressar o que deve ser dito. O equilíbrio entre forma e narrativa é o que gera interesse da platéia. [...] A magnitude do teatro é relativa à capacidade que tem um espetáculo de manter-se interessante para o espectador. Constata-se que, no teatro para crianças, a linguagem se faz através do equilíbrio dos elementos lúdicos, mágicos e reais. Ou seja: o jogo, as brincadeiras, o encantador, o extraordinário, as transformações fantásticas, a imitação, a capacidade de realizar e pôr em prática, a evidência de tudo que existe de fato etc.. A recriação constante destes conteúdos apontará para uma linguagem que poderá expressar o universo da criança (ORTIZ, 2003: 60).

O público, ao adentrar a sala de espetáculo, vem confiante em se envolver e viajar com a história contada em cena, podendo apreender da encenação várias significações fundamentais para sua vida. O acontecimento teatral se dá na medida em que o público abstrai a realidade e emerge na fantasia, no mundo dos sonhos, da possibilidade fantástica, para jogar com os atores e travar contato com seu íntimo, isto é, seu mundo simbólico. Num espetáculo para crianças acontece o mesmo. A comunicação entre a obra e o público é a finalidade do teatro. Por isso, o teatro é tão vivo e tão efêmero.

Portanto, a criança é um ser poético por natureza já que ela olha para o mundo de uma maneira única e tenta compreender o universo assim como o aprendiz em meio a um turbilhão de informações. É com essa concepção que devemos produzir peças para crianças, isto é, devemos introduzi-las na sociedade, devemos encorajá-las, devemos orientá-las, sem didatismos que são resquícios das premissas da escolaridade que todos nós sofremos no processo educacional. Até mesmo porque, apesar de tudo parecer ir na contramão, a criança ainda possui a espontaneidade como característica fundamental para apalpar o mundo. E é explorando essa capacidade que podemos descobrir com elas que o mundo pode ser um lugar melhor.

REFERÊNCIA:

OLIVEIRA, Victor Hugo Carvalho de. Da improvisação como recurso metodológico pré-construtivo ao espetáculo formalizado “Era Uma Vez Outra História”. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Teatro) – Centro de Ciências da Educação. Universidade Regional de Blumenau, 2008.

Postado por Victor Hugo Carvalho de Oliveira

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Adiado!

O Workshop com Tatiana Gusmão foi adiado.




Em breve estaremos postando as novidades!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

WORKSHOP TATIANA GUSMÃO

Tatiana Gusmão, formada e Pós Graduada em Telejornalismo, possui experiência em
workshop de cinema e televisão. Atua em teatro a mais de 10 anos em espetáculos
infantis, musicais e adulto. Participou do programa “Pulsação”, vinculado por um
ano na emissora CNT. Participou de alguns comerciais dentre eles, Skol e Kia
Motors, atuou no curta “O Livro Vermelho”, sob direção de Edson Erdmann, acumula
experiência de 03 módulos com a preparadora Fátima Toledo e 02 módulos com
Sergio Pena, entre outros diretores.

Sobre o workshop: Pretende trabalhar a realidade do ator mostrando através de exercícios um caminho para a construção do personagem, prepara-o para vivenciar experiências de uma “verdade que não é verdade”. 
"A construção de uma personagem é um momento em que se empresta sua referencia e avança dentro de limites para finalizar um papel, passada com a emoção no olhar." Para isso aplicam-se exercícios que trabalham com concentração e foco em dinâmicas de grupo e individual. O método é trabalhar a desenvoltura e a busca da verdade, com a convicção de que a complexa formação de um ator depende dentre outras ferramentas, do uso pleno do corpo e da voz. Por esta razão acompanhamos os atores dos três veículos: teatro, cinema e televisão, mostrando o que é ser um ator na essência, trabalhando com estar presente em cena. No último dia do curso será gravada uma cena de improvisação com base na preparação feita desde o inicio do workshop, que posteriormente será encaminhado uma cópia do DVD para cada aluno. Com o workshop a produtora Pulsar tem como objetivo, selecionar atores para as produções de filmes e curtas. 
Carga horário do curso: 12horas
Dias 24, 25 e 26 de Setembro. Garanta já sua vaga!


Local, valores e condições de pagamento entre em contato com a produtora Monica Costa
Telefones: (47)7812-5743 (ID 55*8*235252) ou (47)9634-4292

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Os primeiros passos de um novo desafio em nossa caminhada.

Iniciamos o segundo semestre de 2010 com um novo desafio: espetáculo musical para crianças.
Pode-se pensar que é muito difícil e complicado de trabalhar o teatro para crianças. E é!


Iniciamos nosso trabalho com buscas internas, do nosso passado como crianças e o resgate do que nos faz sorrir e chorar. Neste inicio de pesquisa, o ator deve se permitir a liberdade pessoal da descoberta da “criança” para experimentar e mostrar que tem uma responsabilidade para com a comunicação teatral, assim contribuindo honesta e verdadeiramente aos personagens, relacionando-se livremente com quem o cerca.

No treinamento os atores merecem receber liberdade, respeito e responsabilidade. A diferença desta pesquisa está na maneira de apresentar as perguntas e introdução de exercícios, admitindo que há níveis diferentes de experiências vivenciais. Ao trabalhar com o teatro para crianças, o diretor precisa mudar seu conceito sobre autoridade. Para isso, é preciso estar livre para fazer os atores entender que são parte do mundo às sua volta, faze-los ter um contato direto com o ambiente e encaminhar seus atores para o mundo das brincadeiras e histórias. Muitas pesquisas em teatro para criança parecem ter uma necessidade de um comentário mais didatico ou de uma interpretação favorável de alguma forma, mas isso faz com que a aprovação/desaprovação se torne um regulador de esforços e acabamos fazendo tudo pensando em caricaturas. Para mim, isso gera uma perda de experiência pessoal. Por isso, desejando unidade de trabalho, a linguagem e as atitudes durante o processo de criação de personagem devem ser constantemente repensadas. Ao avaliar o desempenho de cada cena, o diretor deve cuidar para não impor suas idéias ou palavras aos atores, para não limitar a criatividade e a experiência destes. É preciso criar um ambiente de igualdade entre todos. Apesar de parecer mais difícil, esta linha de pesquisa pode ser mais recompensadora para todos os envolvidos.
Quando se aprende através da atuação o desempenho torna-se muito melhor. Sabendo que devemos manter sempre em mente o fato de que as necessidades do teatro são o verdadeiro mestre, devemos estar sempre em busca do que é verdadeiro para nós.
O procedimento durante os jogos que usamos deve provocar a espontaneidade do ator , cuidando para não escolher jogos sem fundamentos. Se há nos jogos problemas interessantes a serem resolvidos, mesmo que os atores possuam diferentes níveis de energia, todos permanecerão por um longo tempo na atividade proposta e ao diretor cabe, neste primeiro momento, somente discernir a hora de mudá-la. Parta facilitar, eu utilizo a recomendação dada no livro da Viola Spolin, que é dividir cada ensaio em três partes: jogos (como brincadeiras), movimento criativo (ajudando-os a desenvolver idéias) e cenas (ensaio tecnico).

A atuação natural vem quando o ator tem energia, comunica-se com a platéia, é capaz de desenvolver uma personagem, relaciona-se com os demais atores e tem sentido do ritmo e do tempo. Isso tudo deve vir não com imposição de “técnicas”, porém com uma apresentação dos problemas de atuação de maneira que esse comportamento no palco aconteça por si mesmo, do interior do ator, lembrando que ensaios padronizados, fórmulas e conceitos são próprios de imposição e não de liberdade. A pesquisa autoritária, na minha opinião, paralisa os atores e seca a essência da inspiração e criação. A criatividade deve ser mais que variação de formas, deve ser uma atitude, uma maneira de pensar, curiosidade, alegria e comunhão, que deve ser conquistada a cada ensaio. Mesmo conhecendo todas as vantagens que este método oferece, ainda há receio de deixarmos os padrões convencionais de pensamento e ação na criação das personagens, quando damos esta liberdade, arranjando algum jeito de impor autoridade com medo de alguma falta por meio dos atores. A verdade é que a liberdade criativa depende da disciplina de cada um, mas se a disciplina for imposta por um diretor, ela vai inibir e provocar rebeldia, será algo negativo para o ensaio. Portanto, quando não lutamos por uma posição de autoridade e sim damos uma escolha livre por amor à atividade, ocorre a verdadeira ação criativa. Com imaginação e dedicação as regras das dinâmicas serão bem compreendidas e aceitas com facilidade. Será como quando os atores reaprendem a brincar, aceitando regras, penalidades e restrições, assim como na infância. Dessa maneira, grande parte de seu potencial será usado, desenvolvendo seu senso social e talento individual que foram resgatados. O barulho que surge durante ensaios criativos é inevitavel mas mostra que na verdade a liberdade da descoberta foi encontarda.

Cada ator tem o seu tempo. Mesmo com alguma pesquisa feita anteriormente, não se pode exigir mais do que cada um poderá dar naquele momento de descoberta, nem se pode permitir que haja pouco empenho por parte de cada um, é um equilíbrio que nossa Cia pretende entender desde o inicio. Toda peça de teatro conta uma história. Ao comparar o teatro para crianças com quando a mamãe lê uma história para as crianças devemos buscar formas novas de contar esta história ou introduzir a idéia de mostrar e não contar. Sempre em busca de algo mais verdadeiro, o mais próximo possível da dinâmica que as crianças usam para criar suas brincadeiras seguimos nos primeiro ensaios. Buscar algo perdido em nós, que nem sempre é agradável, nos possibilita uma infinidade de novas pesquisas e descobertas. Os resultados não serão imediatos nos ensaios, pois leva tempo para se desprender da velha idéia de se representar crianças no palco, mas vale à pena. É no que acredito em nosso inicio de trabalho com o “Era uma vez outra história”, e é o que espero alcançar com a familia Sinos até nossa data de estréia.

Gisele Bauer - Big
Diretora Geral


terça-feira, 20 de julho de 2010

Nosso novo cartaz

Arte Final de Thiago Seifert
agradecemos muito pelo presente

segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Paralelas", por Viegas Fernandes da Costa

"O espetáculo “Paralelas”, da”SinoS Cia de Teatro”, encerrou a Mostra Blumenauense do 23° Fitub, na noite do dia 16/07 na Fundação Cultural de Blumenau. Sob a direção de Victor Hugo Carvalho de Oliveira, “Paralelas” é uma adaptação do texto “Sobre amores e cigarros”, de Marcelo Bourscheid.


No palco, a história de uma mulher dividida em duas (interpretada pelas atrizes Fernanda Raupp e Gisele Bauer – que também assina a adaptação do texto), casada com um escritor mergulhado em seu narcisismo literário, leitor de Heidegger e que não percebe as necessidades humanas de afeto, sexo e cumplicidade da esposa. Para além de uma reflexão sobre a condição feminina e das frustrações íntimas da personagem, que renuncia aos seus projetos profissionais e pessoais para viver o sonho do marido literato e medíocre, a peça consegue discutir também a valoração da arte na sociedade contemporânea e seu significado para os sujeitos que se aproximam dela.

O cenário é dividido em duas partes, dando a impressão de se estar olhando para duas imagens refletidas no espelho; composto apenas por dois tapetes, duas cadeiras, pilhas de livros e o paletó (que representa o escritor – ou “poetinha de merda”, como é referido pela personagem), no qual contracenam as duas atrizes representando facetas de uma mesma mulher, cada qual em um dos lados do cenário, sem se tocarem. O texto – um monólogo interpretado a duas vozes – é vertiginoso, intenso, visceral, tal qual a interpretação das atrizes, que se entregam à personagem com uma força que impressiona e emociona. A proximidade da plateia, disposta no entorno da cena, a trama dramática desenrolando-se no centro da “arena”, assim como a movimentação das atrizes, excepcionalmente sintonizadas entre si, tornam o público íntimo das angústias, desventuras, indecisões e decisões da personagem.

Com sua estética enxuta, onde todos os elementos de cena têm sua função, uma trilha sonora com canções de Chico Buarque e a extraordinária entrega das atrizes aos papéis, “Paralelas” arrebatou o público e foi uma das melhores peças apresentadas neste 23° Fitub."

fonte: http://saraunofitub.blogspot.com/


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Mostra Blumenauense de Teatro

Em sua 23° edição, o Festival Internacional de Teatro Universitario de Blumenau abre espaço para apresentações dos grupos locais. A Mostra Blumenauense de Teatro iniciou nesta segunda feira na Fundação Cultural de Blumenau com as apresentações dos seguintes trabalhos:



- Segunda, 20h30
Faca de Dois Legumes, Legume Palhaços
- Abobrinha e Pimentão se encontram nas voltas que a vida dá. 50 min. Livre

- Segunda, 22h30 e 0h 
A Grande Parada, VísCera Teatro
Opressores e oprimidos encontram-se em meio ao terror materializado entre 1933 e 1938 na Alemanha. 45 min. 14 anos.
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- Terça, 22h30
Isso Não é Brincadeira, Detalhe de Teatro
- Reflexões acerca do abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. 70 minutos. Livre.
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- Quarta-feira, 17h
Batimpaz, Grupo Faces do Teatro
- Três crianças descobrem brincando como começa uma guerra e para que ela serve. 45 min. Livre

- Quarta, 20h30 e 22h30
A Sede do Santo, Grupo K
Uma gangue feminina, um pseudoartista e um narrador se envolvem em um plano que muda a história das artes. 60 min. 14 anos.
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 - Quinta, 20h30 e 22h30
Terragon, Elementos em Cena
- Na competição pela posse da terra há uma disputa pela dignidade. 45 minutos. 14 anos.
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. - Sexta, 22h30 e 0h
Paralelas, SinoS Cia de Teatro

- Põe em cena uma mulher dividida em duas, como duas retas que nunca se cruzam. 40 min. 14 anos.

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Ingressos
- R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) e devem ser comprados na Sala Verde do Teatro Carlos Gomes durante todo o dia e no local uma hora antes de cada sessão.


"O maior espetáculo é ver você na platéia!"
GiseleBig

terça-feira, 23 de março de 2010

Temporada Blumenauense de Teatro 2010




A abertura do quinto ano de apresentações teatrais na TBT acontecerá com a SinoS Cia de Teatro, que abre as cortinas com seu espetáculo "Paralelas" .

Com o texto adaptado do original "Sobre Amores e Cigarros" de Marcelo Bourscheid por Gisele Bauer, sob a direção geral de Victor H.C. de Oliveira, a peça traz para cena os conflitos internos da personagem Juliana.

Para interpretar esses dois pensamentos da personagem, divididas em Juli e Ana, estão as atrizes Fernanda Raupp e Gisele Bauer.



Estréia dia 7 de abril, com apresentações dias 8, 9, 10 e 11 de abril, sempre as 20h, no auditório Carlos Jardim da Fundação Cultural de Blumenau. Preço: 10,00 inteira - 5,00 meia (estudantes, idosos e filipetas promocionais)

Classificação etária 14 anos.



quinta-feira, 11 de março de 2010

Em pedaços...




"Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim?
O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças
Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado
Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde..."
Chico Buarque - Trocando em Miudos

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

As descobertas de cada um são incríveis!
O teatro possibilita as pessoas uma magia única: a descoberta.
Descobrir os defeitos, as qualidades, saber como lidar com tudo, modificar tudo em busca de uma identidade que vai moldar a personagem... enfim, o teatro, para ser bem feito, exige postura, comprometimento, busca, aperfeiçoamento, pesquisa, humildade.
É muito difícil descrever tudo que se necessita para se tornar um bom artista. Tudo que eu sei é que estou em constante mudança.
Descobrindo muitas coisas em mim a cada ensaio. Penso que me torno uma pessoa melhor a cada vez que descubro algo que me machuca e que me melhora assim que eu admito minha limitação tentando ultrapassá-la.



Descobertas. Movem-me, me inspiram me fazem seguir em frente. Quanto mais, melhor.

By Gisele "Big"

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A SinoS Cia de Teatro surgiu do interesse de atores recém-formados no curso de Artes Cênicas da FURB – Universidade Regional de Blumenau, na organização de um coletivo estável, com rotina de pesquisa e produção.
É fruto de expectativas em seguir a carreira pós-universitária e desenvolver trabalhos, revertendo em benefícios culturais para a cidade de Blumenau e em novos conhecimentos a serem trocados na Universidade, entre alunos e profissionais.
Inicialmente composta por Victor Hugo Carvalho de Oliveira e Gisele Bauer Hadlich, agregou dois novos integrantes: Fernanda Raupp e Kaio Armando Bergamim, todos interessados em dar continuidade aos sonhos acalentados durante a graduação.
Com a dinâmica de encontros e a montagem do espetáculo “Paralelas”, a Cia contribui para o incremento da produção cênica local.
Baseado em diversas linguagens teatrais, o grupo procura por em prática os diferentes teóricos, experimentando técnicas e buscando uma identidade própria. Com foco na estética contemporânea, a Cia conta com a participação de atores que se integram na produção e pesquisa dos espetáculos, fazendo com que, desta maneira, todos os aspectos da montagem sejam apoderados por todos os membros.
CONTATOS: sinosciadeteatro@gmail.com (47) 9111-2798 Gisele (47) 9972-0366 Victor